Durante a Semana do Clima de Nova York, o coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro), Guilherme Bastos, participou de uma palestra organizada pelo Instituto Equilíbrio, realizada na sede do escritório de advocacia Baker McKenzie. Na ocasião, ele apresentou resultados preliminares do estudo The Economic Potential of Sustainable Agricultural and Livestock Practices, que tem o objetivo de promover o reconhecimento do papel estratégico do agronegócio brasileiro na economia nacional e na segurança alimentar global.
Em 2024, o setor agropecuário representava 23,2% do PIB brasileiro, empregava 26% da força de trabalho e respondia por 49% das exportações do país. Além disso, é responsável por 60% da energia renovável gerada no Brasil. Diante das crescentes exigências internacionais por sustentabilidade, o país enfrenta o desafio de se posicionar como parte da solução climática, e não como um vetor de pressão ambiental.
Para responder a esse desafio, o estudo desenvolvido pelo FGV Agro criou o modelo Brasil-AGRO, que simula cenários de médio e longo prazo ao integrar tecnologias sustentáveis e seus impactos socioeconômicos. A pesquisa analisa práticas como o plantio direto, a recuperação de pastagens degradadas e as tecnologias do Plano ABC+, demonstrando como é possível aumentar a produtividade agropecuária sem expandir a fronteira agrícola.
Os resultados preliminares indicam que cerca de 49 milhões de hectares de pastagens severamente degradadas podem ser restaurados, o que permitiria ampliar a produção de grãos e carne bovina com menor pegada ambiental. O estudo também busca estimar os custos por hectare e por tonelada de CO₂ evitado ou sequestrado, contribuindo para posicionar o Brasil como referência global em tecnologias tropicais de baixo carbono. Novos resultados serão divulgados em breve.
A participação do pesquisador no evento organizado pelo Instituto Equilíbrio ocorreu após ele ter mediado o painel Agriculture and Innovation in the Cerrado no evento Brazil that Innovates for the Climate, organizado pelo Cubo ESG, NTT Data and the UN Global Compact, no dia 22 de setembro.
Além dos eventos, Guilherme Bastos participou de reuniões estratégicas com diferentes organizações. Com o banco BTG Pactual, discutiu o Ecoinvest, mecanismo de financiamento sustentável promovido pelo governo. Em encontro com a Food and Land Use Coalition (FOLU), acompanhou a apresentação do framework Re-WIRE, que propõe soluções para tornar as cadeias de valor agroalimentares mais resilientes e regenerativas, com foco nos casos da carne bovina brasileira e da soja Brasil-China.
Já na reunião com a Science Based Targets initiative (SBTi), o foco foi o apoio à regionalização das metas climáticas, destacando a importância de dados e estudos brasileiros - como o da FGV - para adaptar padrões globais à realidade local.
Em breve, Guilherme Bastos também participará do evento Pré-COP da Confederação Nacional das Seguradoras.
Semana do Clima NY
A Semana do Clima de Nova York é o maior evento climático anual do gênero, reunindo mais de 900 atividades presenciais, híbridas e online em toda a cidade. Todos os anos, líderes empresariais, formuladores de políticas públicas, autoridades locais e representantes da sociedade civil de diversas origens se encontram para acelerar a transição climática, impulsionar o progresso e defender as mudanças que já estão em curso.