Propomos o uso de dados de satélite de alta resolução em fronteiras nacionais — onde uma jurisdição política termina e outra começa — para avaliar o impacto líquido de políticas nacionais de conservação. Utilizando dados de satélite com resolução de 30x30 metros ao longo dos 12.800 km da fronteira brasileira na Amazônia, identificamos mudanças significativas nas taxas de desmatamento que coincidem com alterações nas políticas brasileiras. Entre 2001 e 2005, no final de um período pró-exploração, o desmatamento anual no Brasil era mais de três vezes superior ao registrado do outro lado da fronteira. De 2006 a 2013, essas diferenças desapareceram com a introdução de políticas brasileiras para conter o desmatamento. No entanto, elas voltaram a surgir em 2014, durante um período de desmonte da regulação ambiental. Mostramos que ambas as reversões foram mais intensas em áreas com menor proteção legal e maior potencial de exploração. As fronteiras nacionais oferecem uma oportunidade única para avaliar a eficácia de políticas de conservação, que têm se tornado uma preocupação internacional crescente.

Pesquisador: Francisco Costa

EPGE Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE)

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