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Painel na COP30 destaca liderança indígena e cultura como pilares da ação climática

Debate reuniu representantes indígenas e especialistas para propor soluções inclusivas e culturais diante das mudanças climáticas.
Painel na COP30 destaca liderança indígena e cultura como pilares da ação climática

No dia 12 de novembro, a Blue Zone da COP30 foi palco de um encontro que reuniu vozes de diferentes regiões do mundo para discutir caminhos de resiliência, justiça e continuidade cultural diante da crise climática. O painel trouxe quatro eixos centrais: justiça climática com tomada de decisão inclusiva, transmissão intergeracional de saberes ancestrais, cooperação Sul-Sul e transcontinental, e o papel das artes e do patrimônio como instrumentos de diplomacia climática.

Moderado pela pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), Mariana Nicolletti, o debate reforçou a urgência de integrar perspectivas culturais e sociais às estratégias globais de enfrentamento às mudanças climáticas.

“É fundamental garantir a liderança dos povos indígenas no desenho, implementação e monitoramento das estratégias climáticas integradas às políticas e iniciativas de desenvolvimento. Esses povos e comunidades já vêm enfrentando transformações profundas nos seus modos de vida, no ambiente natural e nas relações com a natureza, adaptando-se a partir de saberes ancestrais, da sua cultura, da sua arte, dos conhecimentos tradicionais e também de tecnologias sociais desenvolvidas pelas comunidades atuais. Há aprendizados importantes que vêm daí.”, destacou Nicolletti.

A pesquisadora também ressaltou que a cosmovisão indígena oferece uma conexão essencial para enfrentar a crise sistêmica atual:

“Essa crise tem caráter climático e ambiental, mas também envolve aspectos importantes da nossa organização como sociedade e da nossa economia. Precisamos resgatar essa integração profunda entre pessoas e meio ambiente para construir soluções duradouras.”

Entre as mensagens-chave do painel, Nicolletti apontou a necessidade de fortalecer mecanismos de governança climática, tanto no âmbito internacional quanto nacional, garantindo participação efetiva dos povos e comunidades tradicionais:

“Isso significa assegurar procedimentos adequados, refletir essa participação nas decisões e garantir que esses povos estejam entre os principais beneficiários, considerando também a dimensão distributiva dos investimentos e das ações climáticas.”

Por fim, a pesquisadora enfatizou que a ação climática vai além da tecnologia e da política:

“Ela é também cultural. A arte e as expressões artísticas representam uma linguagem poderosa para romper barreiras, promover diálogos e construções coletivas, e chegar a soluções inovadoras e criativas para essa crise sem precedentes.”

A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.

Subtítulo
Debate reuniu representantes indígenas e especialistas para propor soluções inclusivas e culturais diante das mudanças climáticas.
Data
2025-11-13T12:00:00