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Pesquisador da FGV debate comércio sustentável e ação climática na COP30

José Antonio Puppim analisou impactos das regulações europeias e oportunidades para o Brasil em painel sobre comércio e investimento verde.
Pesquisador da FGV debate comércio sustentável e ação climática na COP30

No dia 13 de novembro, a Blue Zone da COP30 recebeu a sessão Leveraging trade and investment for a low-carbon and sustainable future, organizada pela UNCTAD, dedicada a explorar como o comércio e o investimento sustentáveis podem impulsionar ações climáticas mais ambiciosas, fortalecer cadeias de valor resilientes e de baixa emissão, além de promover a cooperação internacional. 

O encontro, que contou com a participação do pesquisador da FGV José Antonio Puppim, reuniu especialistas e representantes de diferentes setores para compartilhar experiências e instrumentos de política capazes de alinhar desenvolvimento econômico às metas de 1,5°C, justiça social e resiliência climática.

O debate partiu da premissa de que comércio e investimento sustentáveis são motores para o crescimento econômico e para o cumprimento das metas climáticas, ao promover acesso a tecnologias limpas e acelerar a transição para economias de baixo carbono. Nesse contexto, integrar políticas comerciais e de investimento às Contribuição Nacionalmente Determinada (NDCs) é essencial para alinhar objetivos de desenvolvimento e clima, especialmente diante das negociações que tratam de medidas comerciais, impactos transfronteiriços e transições justas.

Em sua apresentação, Puppim levantou reflexões sobre os impactos das regulações transnacionais, a exemplo das legislações europeias. Sua análise partiu dos resultados da pesquisa realizada no projeto Amazônia +10, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e outras organizações de financiamento internacionais. 

O pesquisador mencionou normas como a Regulation on Deforestation-free Products (EUDR) - legislação europeia para o desmatamento - e o CBAM, mecanismo de ajuste de carbono na fronteira da União Europeia:

“Isso pode representar tanto uma oportunidade quanto um desafio para a integração no comércio internacional, considerando essas normas”, destacou.

O pesquisador ressaltou que o Brasil tem vantagens competitivas, mas também desafios a enfrentar:

“Estamos bem preparados na área de energia, porque temos uma matriz energética bastante sustentável. Isso pode colocar nossas empresas à frente de competidores como os chineses. Por outro lado, precisamos ajustar o mercado de carbono brasileiro, que está em desenvolvimento, para criar um ambiente mais competitivo. Essas normas também vão impactar nosso mercado de carbono”, afirmou Puppim, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) e coordenador do centro de estudos FGV Earth.

Ele também alertou para os riscos e oportunidades no agronegócio:

“Setores como o agronegócio podem ser afetados negativamente se não aproveitarmos essa mudança nos padrões como uma oportunidade de melhoria. Portanto, existem esses dois lados que precisamos considerar.”

Por fim, Puppim reforçou que comércio e investimento sustentáveis podem ser um diferencial estratégico para o país:

“Abrir o comércio e o investimento para a sustentabilidade permite atrair recursos, já que hoje boa parte do comércio incorpora esse aspecto. Países que se anteciparem e adaptarem suas políticas para incluir fatores de sustentabilidade estarão à frente e conseguirão atrair esses investimentos.”

Para saber mais, acesso o site do FGV Earth.

A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.

 

Subtítulo
José Antonio Puppim analisou impactos das regulações europeias e oportunidades para o Brasil em painel sobre comércio e investimento verde.
Data
2025-11-13T12:00:00