Agricultura tropical é destaque na COP30 em painel com participação de pesquisadora da FGV
No dia 13 de novembro, no estande da CNI na Blue Zone da COP30, ocorreu o painel “Agricultura tropical: ciência, desafios e oportunidades”, que reuniu especialistas para discutir como avanços científicos vêm transformando a produção agrícola nos trópicos e quais caminhos podem posicionar o Brasil como protagonista na transição para sistemas alimentares e energéticos sustentáveis.
A coordenadora do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia (FGV Bioeconomia), Talita Pinto, destacou que a agricultura tropical nasceu da necessidade de adaptação a solos inóspitos, mas evoluiu para um modelo competitivo e inovador, sustentado por ciência e tecnologia. “A sustentabilidade precisa se apoiar em um tripé econômico, ambiental e social”, afirmou, ressaltando que a soja brasileira já apresenta baixo carbono em comparação com outros países. Para ela, o alinhamento entre setor público e academia é essencial para gerar renda e empregos no campo, ao mesmo tempo em que contribui para a remoção de emissões.
O debate abordou ainda a importância da neutralidade científica, baseada em dados robustos e metodologias replicáveis, e da tropicalização da ciência, que considera características específicas dos ambientes regulatórios, sociais e ambientais. Outro ponto enfatizado foi a necessidade de análises sistêmicas que avaliem impactos diretos e indiretos em cadeias produtivas, incluindo aspectos sociais, econômicos e ambientais.
O painel fez referência à publicação lançada na COP30 pelo professor emérito da FGV e Enviado Especial para Agricultura na COP30, Roberto Rodrigues, “Agricultura Tropical Sustentável: Cultivando Soluções para Alimentos, Energia e Clima”, elaborada com o Instituto Pensar Agro e 54 entidades do setor. O documento propõe diretrizes para enfrentar desafios como desmatamento ilegal e garimpo clandestino, além de promover cooperação internacional e consolidar práticas regenerativas.
A mensagem central do encontro foi clara: a agricultura tropical, fruto da ciência e da adaptação, representa hoje uma oportunidade estratégica para o Brasil liderar soluções globais em alimentos, energia e clima.
A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.