Empresas discutem adaptação climática e metas nacionais em painel moderado por pesquisadora na COP30
No dia 17 de novembro, o painel “Ação e Relato Empresarial em Adaptação para Alcance dos Objetivos Nacionais”, realizado no Espaço da Caixa, na Green Zone, reuniu representantes de organizações estratégicas para debater como o setor empresarial pode avançar em práticas de adaptação climática alinhadas às metas nacionais.
A moderação ficou a cargo de Mariana Nicolletti, pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), que conduziu as discussões sobre desafios e oportunidades para integrar adaptação às estratégias corporativas.
Participaram do debate Felipe Bismarchi (Caixa), Marta Bandeiras (BNDES), Camila de Souza (Sebrae), Bruna Valença (CEBDS) e Danilo Gregório (IBGC), trazendo perspectivas complementares sobre instrumentos financeiros, apoio a pequenas empresas, governança e transparência nos relatos corporativos.
Durante a mediação, Mariana destacou dois pontos cruciais para o avanço do setor empresarial nessa agenda complexa, mas essencial para garantir resiliência:
“É preciso que os negócios atuem de forma preventiva e não apenas reativa. Isso significa olhar para fora dos seus muros. Não se trata apenas de um risco ambiental, mas socioambiental, com vulnerabilidades nos territórios onde esses negócios se inserem, seja fisicamente, ao longo das cadeias de valor ou na relação com stakeholders. Esse olhar ampliado para o território, entendendo fatores de risco e exposição, é um trabalho fundamental que estamos desenvolvendo com apoio dos parceiros.”
Ela também chamou atenção para a necessidade de dados mais integrados e territorializados para embasar decisões estratégicas:
“Já temos uma dificuldade de trabalhar com dados de cenários climáticos, que carregam incertezas intrínsecas. Mas é ainda mais complexo combinar essas projeções com dados ambientais territorializados. Não basta olhar para o município como um todo; é preciso analisar fluxos econômicos, financeiros e sociais nesses territórios. Para isso, precisamos da capacidade do setor empresarial com inovação e tecnologia.”
O painel reforçou que a adaptação climática exige colaboração entre empresas, instituições financeiras e sociedade civil, além de investimentos em governança, tecnologia e dados para reduzir vulnerabilidades e garantir um desenvolvimento sustentável.
A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.