Os governos locais desempenham um papel estratégico na adaptação às mudanças climáticas. No entanto, entender os fatores que explicam por que os governos locais se comprometem a agir continua sendo um desafio para acadêmicos e profissionais. Assim, este artigo considera a análise de dois fatores importantes que podem influenciar os governos locais a planejar a adaptação climática: a Capacidade de Gestão de Riscos (RMC) e as Redes Municipais Transnacionais (TMN). Examinamos se a RMC e a participação em um TMN (ICLEI- Governos Locais pela Sustentabilidade) são fatores determinantes para a existência de Mudanças climáticas nos municípios brasileiros. A análise estatística mostra que os municípios com maior população e índice de educação superior são mais propensos a desenvolver planos de adaptação às mudanças climáticas. Verificou-se que não só a presença de TMNs é importante, mas o período em que um município tem uma parceria com a TMN influencia o planejamento para a adaptação. Surpreendentemente, um RMC mais forte e o número de desastres em um município não implicam uma maior probabilidade de desenvolver planos municipais de mudanças climáticas. Em uma análise textual, também foi argumentado que os planos de combate às mudanças climáticas ainda estão insuficientemente desenvolvidos, pois nem sempre discutem a adaptação.

Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP)

Pesquisador: José A. Puppim de Oliveira 

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