FGV destaca papel estratégico do seguro rural em evento pré-COP30 da CNseg
Brasília recebeu o evento A Casa do Seguro, no dia 8 de outubro, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) como parte da agenda preparatória para a COP30, que ocorre em novembro, em Belém. Durante o evento, o coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro), Guilherme Bastos, participou do primeiro painel do encontro, dedicado ao tema “Seguros para soluções baseadas na natureza e agronegócio sustentável”.
Durante sua apresentação, Bastos ressaltou a importância de integrar a pauta da segurança alimentar às estratégias de preparação climática, destacando o papel do seguro rural como ferramenta essencial para mitigar riscos e fomentar a inovação no campo. “Não é possível falar em resiliência climática sem considerar a sustentabilidade da produção agropecuária e a proteção dos produtores frente aos eventos extremos”, afirmou.
O pesquisador ressaltou a importância do seguro rural para viabilizar projetos de baixo carbono e conservação ambiental, alinhados às metas brasileiras de restauração de 12 milhões de hectares até 2030, conforme previsto nas NDCs. “É um investimento elevado, cujos retornos ainda não compensam, e o produtor segue sujeito a riscos, como fogo, degradação florestal, ataque de formigas, dentre outros”. Estruturalmente, a política do seguro rural passa por um momento delicado, registrando queda de 47% na área segurada entre 2021 e 2024, apontando a necessidade de fortalecer esse importante instrumento de política agrícola, com a participação do setor privado.
O painel reforçou o papel estratégico do setor de seguros na transição para uma economia mais verde e resiliente, especialmente no contexto do agronegócio brasileiro. Bastos concluiu sua fala destacando que ciência, tecnologia e inovação devem ser aliadas na construção de soluções que valorizem a biodiversidade, fortaleçam a bioeconomia e posicionem o Brasil como referência global em agro sustentável.