O estudo investigou os efeitos da crítica internacional a países considerados negligentes em relação às mudanças climáticas, por meio de experimentos de pesquisa aplicados a amostras nacionalmente representativas no Brasil. A pesquisa buscou compreender se atores internacionais pró-clima devem se manifestar contra esses países ou se críticas externas podem desencadear reações nacionalistas contrárias às normas e instituições ambientais globais.
Os resultados mostraram que o nacionalismo modera as reações públicas à crítica internacional: indivíduos com forte apego à identidade nacional tendem a rejeitar mais intensamente as críticas externas do que aqueles com menor apego. No entanto, ao contrário das expectativas existentes, o estudo identificou que o público nacionalista demonstra pouco apoio a respostas agressivas contra os críticos estrangeiros. Esses achados se mantêm independentemente da origem da crítica ou do conteúdo da mensagem. O estudo alerta para a ideia de que internacionalistas liberais devem agir com cautela para evitar reações nacionalistas indesejadas. Embora críticas externas possam encontrar resistência em países considerados negligentes, elas não necessariamente provocam uma rejeição generalizada ao regime ambiental global.

Escola de Relações Internacionais (FGV RI)
Autor: Matias Spektor

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