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“É preciso preparar o sistema de saúde para os eventos extremos”, alerta pesquisador da FGV na COP30

Adriano Massuda, pesquisador da FGV EAESP e secretário do Ministério da Saúde, destaca papel do SUS na resposta a eventos extremos e defende políticas adaptadas à realidade amazônica.
 “É preciso preparar o sistema de saúde para os eventos extremos”, alerta pesquisador da FGV na COP30

“É a primeira vez que uma COP tem a saúde como um eixo de debate, dado o impacto que as crises climáticas têm na produção de mortes evitáveis”, destacou o pesquisador da FGV e secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, durante a abertura do seminário Sistema de Saúde e Clima: Desafios e Soluções.

O evento, realizado no Espaço Casa Folha na tarde desta terça-feira (11), foi promovido pela Folha de São Paulo e pelos Hospitais PROADI-SUS, com o objetivo de reunir especialistas para discutir temas como resiliência e justiça climática, a relação entre descarbonização e inovação digital, e os impactos da crise ambiental no perfil epidemiológico da população brasileira.

Massuda ressaltou que os efeitos das mudanças climáticas têm sido cada vez mais devastadores:

“Neste sábado, sobrevoei a cidade de Rio Bonito, no Paraná, que foi totalmente devastada por um tornado - um fenômeno com o qual o Brasil não está acostumado”, pontuou.

O secretário alertou que esse tipo de cenário tende a se tornar mais frequente, e que o sistema de saúde precisa estar preparado para enfrentá-lo.

“Esse tema está na agenda do SUS, do Ministério da Saúde e do Governo Brasileiro. É preciso desenvolver a capacidade de resiliência do nosso sistema de saúde e também a recuperação pós-evento, isso faz toda a diferença”, afirmou Massuda, ao mencionar que, diante da tragédia climática no Paraná, o estado já conta com dez profissionais da Força Nacional do SUS, especializados em saúde mental.

“A principal questão agora é como oferecer apoio psicossocial às pessoas que tiveram suas vidas destroçadas. Além de cuidar de doenças como hipertensão e câncer, é necessário garantir assistência psicossocial para promover saúde mental na população.”

O pesquisador da FGV e secretário do MS também relembrou a recente aprovação do AdaptaSUS, instrumento de adaptação do SUS para lidar com eventos climáticos extremos.

“Por ser na Amazônia, esta COP será também uma oportunidade para discutir o plano de saúde voltado à região. Temos uma dívida com a Amazônia: é preciso preparar e fortalecer o sistema de saúde com base nas características desse bioma e dessa população, que exige um perfil de política nacional adaptado à sua realidade demográfica e territorial. Essa proposta está entre as diretrizes que iremos apresentar ao longo da conferência”, antecipou Massuda.

A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV. Acesse aqui.

Subtítulo
Adriano Massuda, pesquisador da FGV EAESP e secretário do Ministério da Saúde, destaca papel do SUS na resposta a eventos extremos e defende políticas adaptadas à realidade amazônica.
Data
2025-11-11T12:00:00