Notícia

Pesquisador da FGV debate padrões científicos e regulação da Agricultura de Carbono na COP30

Sessão na Agrizone destacou desafios de medição, avanços tecnológicos e caminhos regulatórios para fortalecer a integridade climática no setor agrícola.
Pesquisador da FGV debate padrões científicos e regulação da Agricultura de Carbono na COP30

No dia 13 de novembro de 2025, a Agrizone da COP30 sediou a sessão “Alliance Brazil and EU to Promote Carbon Farming Practices via Public Policies Based on Science”, que reuniu especialistas do Brasil e da União Europeia para discutir fundamentos científicos, desafios regulatórios e oportunidades emergentes para a Agricultura de Carbono.

O professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), Daniel Vargas, destacou que a descarbonização da economia vai muito além de uma questão técnica. Segundo ele, o processo envolve dimensões científicas, econômicas e regulatórias que precisam caminhar juntas para garantir credibilidade e eficiência:

“Quando falamos em acelerar a descarbonização da economia, não estamos tratando apenas de uma questão científica, mas também econômica e regulatória. Precisamos organizar um ambiente em que atividades insustentáveis tenham custos adicionais, enquanto práticas sustentáveis recebam vantagens, como acesso a crédito mais barato e melhores mercados.”

O pesquisador ressaltou que definir o que é sustentável não é simples. A classificação depende de padrões construídos pela ciência e pela regulação, e não de percepções visuais ou subjetivas:

“Verde não é uma cor que se vê a olho nu. É o resultado de padrões construídos pela ciência e pela regulação. Nosso desafio é internalizar os custos ambientais ocultos na estrutura econômica, criando regras claras para medir e precificar esses impactos.”

Por fim, Vargas alertou para a importância da governança no processo de regulamentação do mercado de carbono brasileiro. Para ele, é essencial estabelecer quem terá autoridade para definir padrões científicos e regulatórios, garantindo confiança entre setor privado e comunidade científica:

“O sucesso do mercado de carbono depende de definir quem tem autoridade para estabelecer padrões científicos e regulatórios. Precisamos de um processo legítimo, robusto e cientificamente credível, capaz de gerar confiança no setor privado e na comunidade científica para implementar um sistema sólido de descarbonização.”

Além de Vargas, o encontro contou com nomes como Thierry Caquet (INRAE), Bruno Brasil (MAPA), Suzanne Reynders (INRAE), Beata Madari e Márcia T. M. Carvalho (Embrapa Arroz e Feijão), Luis Barioni (Embrapa), Carlos Eduardo Cerri (CCARBON/USP) e Silvia Massruhá (Embrapa), reunindo diferentes perspectivas sobre métricas, modelagem e governança climática.

A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.

Subtítulo
Sessão na Agrizone destacou desafios de medição, avanços tecnológicos e caminhos regulatórios para fortalecer a integridade climática no setor agrícola.
Data
2025-11-13T12:00:00