Ao longo das últimas décadas, as dinâmicas que regem a cadeia de alimentos têm se caracterizado predominantemente pela produção e distribuição de produtos convencionais por meio de cadeias longas de abastecimento e com base em modelos produtivistas. Sob a prerrogativa de entregar produtos a baixo custo, esta configuração envolve aspectos como baixa valorização da agricultura familiar, pouca transparência, favorecimento da produção convencional de alimentos com consequentes impactos ambientais e para a saúde, e concentração de poder. Esta lógica vem resultando na intensificação das desigualdades no campo e na diminuição do acesso a alimentos saudáveis, especialmente os orgânicos, tidos hoje como produtos de nicho.  

A agricultura orgânica é um sistema de gestão da produção que se opõe ao modelo convencional em vários aspectos, sendo uma forma promissora de garantir a disponibilidade e o acesso a alimentos saudáveis ​​e, ao mesmo tempo, a conservação dos recursos naturais. O fortalecimento da cadeia de valor dos alimentos orgânicos tem um grande potencial para tornar nossos sistemas alimentares mais justos, mais democráticos e mais resilientes. 

Nesse sentido, a busca por sistemas agroalimentares mais sustentáveis ​​passa, invariavelmente, pelo fortalecimento da agricultura familiar. Além de produzir alimentos essenciais para a segurança alimentar e nutricional da população, esses agricultores possuem valiosos conhecimentos e práticas para a conservação da biodiversidade e outros serviços ecossistêmicos. 

Dialogando com esse tema, o projeto Converte-se visa promover a conversão orgânica entre os agricultores familiares e fortalecer a cadeia de valor dos alimentos orgânicos no Brasil, considerando princípios de comércio justo, conservação ambiental e segurança alimentar e nutricional. 

Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (FGV EAESP)

Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (FGVces)

Pesquisadora: Ana coelho

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