Determinantes da percepção de risco das mudanças climáticas na América Latina
O estudo utilizou uma pesquisa transnacional realizada na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Peru e México (N = 5.338) para avaliar as percepções de risco climático na América Latina. As percepções de risco relacionadas às mudanças climáticas são construções subjetivas que os indivíduos utilizam para interpretar os possíveis danos causados pelo fenômeno e que influenciam seu engajamento em ações de mitigação e adaptação.
Os resultados indicaram que as respostas emocionais — especialmente a preocupação e a percepção de vulnerabilidade a eventos climáticos extremos — foram os principais fatores explicativos. Em contraste, a ideologia política e os fatores sociodemográficos apresentaram associações fracas e inconsistentes, divergindo dos padrões observados em países de alta renda.
O estudo concluiu que as mudanças climáticas não são percebidas como uma questão politicamente divisiva na região, o que sugere oportunidades para colaboração entre diferentes espectros políticos em iniciativas climáticas. Compreender esses fatores específicos em economias emergentes é essencial para desenvolver estratégias eficazes e personalizadas de comunicação de risco.
Escola de Relações Internacionais (FGV RI)
Autor: Matias Spektor