Este artigo estima os impactos de dez usinas hidrelétricas recentemente construídas na Amazônia brasileira sobre o desmatamento. Usando o inventário de todos os locais com potencial hidrelétrico não desenvolvido, foi aplicado o método de controle sintético para estimar o impacto causal de cada usina na perda florestal. No geral, a construção das dez usinas contribuiu para 13% da perda florestal observada em um raio de 50 quilômetros do local da construção. Notavelmente, esse impacto é atribuído exclusivamente a quatro usinas. Em pelo menos três dessas usinas, as licenças de construção foram concedidas apesar das recomendações técnicas contra elas. Em contraste, as usinas restantes, que receberam autorização técnica da agência ambiental, têm efeitos insignificantes. Essas descobertas destacam a eficácia de regulamentações ambientais robustas e ressaltam sua vulnerabilidade à interferência política de alto nível.

Pesquisador: Francisco Costa

EPGE Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE)

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