Impactos econômicos locais de usinas hidrelétricas: evidências do Brasil.
Este artigo avalia os efeitos de curto e médio prazo da construção de grandes usinas hidrelétricas (UHEs) sobre o desenvolvimento econômico de municípios brasileiros. Utilizando o método de controle sintético, a pesquisa estimou os efeitos para 82 municípios impactados por construções de UHEs entre 2002 e 2011. O impacto médio segue uma trajetória em formato de U invertido ao longo de cinco anos. O efeito mediano no médio prazo é positivo, porém modesto, sem alterações na composição da atividade econômica local. No entanto, os efeitos estimados são altamente heterogêneos. Cinco anos após a construção, o impacto mediano na taxa de crescimento do PIB é próximo de zero, enquanto o percentil 75 da distribuição dos efeitos do tratamento indica um aumento de 6,7 pontos percentuais, e o percentil 25 aponta uma queda de 7,9 pontos percentuais. Esses resultados não sustentam o argumento de que grandes obras de infraestrutura impulsionam, de forma inequívoca, o desenvolvimento local.
Pesquisador: Francisco Costa
EPGE Escola Brasileira de Economia e Finanças (FGV EPGE)