Brasil lança GEO Brasil 2025 durante a COP30 com alerta sobre riscos ambientais e oportunidades para ação climática
O lançamento do relatório GEO Brasil 2025 marcou um dos momentos mais relevantes da COP30, reunindo especialistas para apresentar um diagnóstico abrangente sobre a qualidade ambiental no país e propor caminhos para enfrentar os desafios da crise climática. O documento lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), contou com coordenação executiva da Fundação Getulio Vargas, apoio técnico e financeiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e colaboração do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O GEO Brasil 2025 oferece uma análise detalhada das inter-relações entre sistemas sociais, econômicos e ambientais, apontando avanços, desafios e oportunidades, além de um sumário executivo em três idiomas: inglês, português e espanhol. O GEO Brasil 2025 segue a metodologia DPSIR (Forças Motrizes, Pressões, Estado, Impacto e Respostas), adaptada ao contexto nacional. Esta é a segunda edição do relatório no país desde 2002, quando foi lançado durante a Rio+10.
“O GEO é mais do que um relatório técnico. Ele faz perguntas-chave: o que estamos fazendo com o meio ambiente? Quais as consequências? E, principalmente, o que podemos fazer para reverter esse quadro? Além de fortalecer a relação entre ciência e políticas públicas, a publicação oferece um diagnóstico robusto e aponta caminhos para uma transformação sustentável”, destacou José Antônio Puppim, pesquisador da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP) e coordenador do FGV Earth.
O documento apresenta análises aprofundadas sobre temas centrais para a agenda ambiental brasileira. Entre os destaques estão diagnósticos e propostas relacionadas às mudanças climáticas, à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos, à gestão da qualidade ambiental e aos recursos hídricos, além de reflexões sobre setores estratégicos como agricultura, cidades, energia, indústria e saúde. Essas análises apontam avanços, desafios e oportunidades para transformar os sistemas produtivos e sociais, reforçando a necessidade de integração entre ciência, políticas públicas e sociedade civil.
Durante o evento, o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Nobre, marcou presença e fez um alerta sobre os riscos crescentes para os biomas brasileiros:
“Estamos diante de uma crise climática sem precedentes. O Brasil sofreu muito com eventos extremos nos últimos anos - ondas de calor, secas, enchentes - que já causam milhares de mortes. Além do aquecimento global, enfrentamos um risco gravíssimo: o desmatamento. A Amazônia está à beira do ponto de não retorno, assim como o Pantanal, o Cerrado e a Caatinga. Se não pararmos agora, até 2070 perderemos a maior biodiversidade do mundo, com impactos irreversíveis para a saúde e a economia.”
Nobre também destacou a urgência da transição energética:
“Precisamos acelerar muito. O Brasil tem condições de ser um dos primeiros países do mundo a zerar as emissões até 2040. Mas isso só será possível se interrompermos o desmatamento e fortalecermos políticas públicas consistentes.”
Ao longo do evento, o GEO Brasil 2025 foi apresentado em detalhes pelos autores, reforçando a importância de integrar ciência, sociedade e governo para enfrentar os desafios ambientais e construir soluções escaláveis e replicáveis.
O relatório preliminar está disponível no site do projeto. Para acessar, clique aqui.
O lançamento oficial do relatório ocorre em Brasília (DF) no dia 26 de novembro.
A cobertura completa da participação da Fundação Getulio Vargas na COP30, incluindo agendas, conteúdos exclusivos e contribuições institucionais para a ação climática global, está disponível na Plataforma Agenda do Clima FGV.